quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Grande Reportagem

Eros ou Agassi, Amor de Irmãos


1ª Parte

Por Elismar Pinto


Desde o início da década de 90, um fato foi e até hoje é motivo de burburinhos entre os moradores do Alto de Coutos no subúrbio ferroviário. Os habitantes do esquecido bairro comentam o caso que mais afetou a moral e os bons costumes, principalmente das mais puritanas famílias que lá residiam. Comenta-se que uma jovem de 19 anos cometeu suicídio ao descobrirem que ela era amante do próprio irmão.

Como moro lá há mais de 20 anos sempre acreditei que isso fosse mentira, conversa de quem não tem o que fazer ou inventar, só que em minhas andanças, já que trabalho como agente comunitária, e preciso visitar muitas famílias no local acabei-me deparando com o irmão, isso mesmo, o irmão amante. Surpresa foi saber que ele aceitou falar sobre o fato, melhor ainda aceitou que eu escrevesse sobre o acontecido, desde que não revelasse o seu nome e o nome da sua falecida irmã.

Ele é uma pessoa razoavelmente culta, meio melancólica, educada, gentil até, totalmente diferente do que eu, e muitas pessoas imaginávamos. Ele chama-se Luiz, “para você sou apenas Luiz” disse ele. Ele tem 43 anos, é professor de literatura em cursinho, e mora no bairro há mais ou menos 35 anos. Curioso foi ver que ele contava a história em detalhes, conhecia os modos narrativos, queria incentivar-me a escrever daquela forma. Confesso que às vezes ficava constrangida tamanha a sua desfaçatez ao narrar alguns trechos escandalosamente íntimos da história, e que eu não esperava que ele fosse revelar.


Pensei em como narrar essa história, sem que ela perdesse a emoção de sua narrativa, desse modo, decidi fazer minhas, as palavras que ele utilizou para contar-me essa história. Espero com isso causar a todos que a ler a mesma sensação que sentir ao ouvi-la. Raiva, repulsa, revolta, confusão, mas acima de tudo tristeza que logo deu espaço para um vazio, vazio que segundo ele, até hoje o preenche, ao imaginar que ainda poderia ter a sua amada irmã em seus braços.

E ele começou desse jeito: Desde que me lembre de existir, me lembro de amar. Não tenho e nem sinto culpa se o destino a fez nascer minha irmã. Recordo-me até o dia em que ela chegou. Miúda, mirrada e cheia de cuidados como todos os recém-nascidos. Eu me lembro muito bem, apesar de na época ter apenas seis anos. Não sentir raiva, nem inveja, nem ciúme, sentimentos comuns a qualquer criança que vê ameaçado o seu lugar exclusivo de filho único. Ao invés disso, apaixonei-me por ela. Sim, apaixonei-me aos seis anos de idade. Cristina era o nome dela, ou melhor, Tina. Senti o amor crescendo dentro de mim a cada dia em que convivia com ela. Não amor fraterno, amor de amante.

Apesar de minha pouca idade na leitura das pessoas, dos valores inaltecidos e impraticados (porque impraticáveis), dos sentimentos reprimidos de tudo o que não se tolerava e que na época eu já sabia identificar a primeira vista, sempre soube que não podia amar daquele jeito a minha irmã. Mas eu sou como sou não desisto, e nem a impossibilidade das coisas me detém. Portanto, cedo aprendi a ocultar a paixão que nutria por Tina debaixo do véu fraterno, paternalista e sob as brincadeiras normais permitidas entre os irmãos.

Foram muitos os dias, meses, anos, até ver a minha irmã crescida, linda e apetitosamente pronta para mim. Eu muito dissimuladamente me preparei durante todo esse tempo para a consumação desse amor proibido. Tina nem desconfiava do tipo de sentimento que despertava em mim, tanto que tamanha foi a sua surpresa ao ver pela primeira vez a demonstração da minha paixão. “Que brincadeira mais besta é essa Lú”? Disse ela. Mas notou algo de diferente, que com o passar do tempo ela fingia não perceber.

Naquela noite, à noite em que a “toquei” pela primeira vez, Tina dormia profundamente, a boca estava levemente aberta, e o corpo coberto pela metade com um lençol. Não estava nua, usava uma camiseta surrada e uma calcinha branca. A maioria das mulheres têm o péssimo hábito de dormir de calcinha, não sabem que isso faz mal? Já não bastam os dias em que estão de “boi” e que são abrigadas a dormir vestida. Certa vez assistir na TV em um programa qualquer, um especialista afirmar categoricamente que a vagina precisa de oxigenação, “mulheres durmam sem calcinha, dizia ele”. Se Tina o tivesse assistido, possivelmente facilitaria a minha investida.

Não é odioso como a maioria dos escritores tem o péssimo hábito (na minha opinião) de parar na melhor parte da história? Elípse suponho que se chama o tão pérfido ato, o sádico prazer de deixar o gostinho na boca e depois deixar a imaginação de cada um o desenlace da trama. Sendo assim volto a narrar a minha história. Entrei no quanto pela ponta dos pés, fiquei um bom tempo admirando-a, coisa que não podia fazer, nem na frente dela nem na frente do nosso pai. Tertuliano era o nome dele, morreu de derrame quando Tina tinha quinze anos.

Assim, eu, irmão mais velho fiquei por tomar conta dela. Tina era obediente fazia quase tudo que eu pedia, tinha medo de me perder e ficar sozinha no mundo. E eu como um perfeito oportunista tirei proveito da situação. Não me arrependo de nada, o tempo em que ficamos juntos fomos felizes, eu fui feliz e tenho certeza que Tina também foi. Da minha parte não há remorso, e eu achava que da parte dela também não tinha, até ela começar a ir para aquela maldita igreja. Foi aí que o meu mundo desmoronou.

Grande Reportagem

Eros ou Agassi, Amor de Irmãos


2ª Parte

Por Elismar Pinto


Tina tinha problemas de insônia, precisava tomar remédios para dormir, três miligramas de nitrazepan quase todos os dias, de modo que ela não acordou quando eu comecei a acariciá-la. Toquei primeiro os cabelos, eram compridos e cheios, cheiravam a shampoo, depois o rosto, em seguida os seios, a barriga, as coxas, me demorei um pouco nesse sensível local, até perceber que Tina inconscientemente estava reagindo às minhas carícias.


E finalmente toquei o seu sexo, limpo e imaculado, aos dezoito anos a Tina ainda era virgem. Apesar de sonolenta ela reagia de modo muito convidativo ao meu toque, e eu, ansioso, eufórico e repleto de desejo, deleitava-me com as suas reações. Quando percebi que a sua excitação chegava ao extremo, decidir possuí-la de uma vez.

Com um movimento mais brusco Tina acordou, não percebeu de imediato o que estava acontecendo, mas viu que eu estava nu e ela também. Pensei que ela fosse fazer um escândalo, mas não fez. Limitou-se a se cobrir, e a ficar a me olhar de modo estranho.

Com o tempo ela percebeu o tipo de sentimento que nutria por ela. E para minha surpresa ela não se afastou de mim como eu achei que faria. Tina era inteligente, tinha uma mente aberta, desde cedo eu a apresentei ao mundo da literatura, a minha segunda paixão. O primeiro livro que ela leu foi “Xisto no Espaço” da coleção Vaga-Lume. Ela gostava de poesia, música, filmes e seu sonho era estudar filosofia. Tina era diferente de muitas garotas que costumamos encontrar em bairro de subúrbio, ela era culta e não ligava muito para nada, gostava de desafios de quebrar tabus. Talvez isso tivesse contribuído para a aceitação do meu sentimento para com ela.

Numa noite de sexta-feira aconteceu o inevitável, eu a agarrei, ela recusou-se a princípio, mas depois não sei por qual motivo (acho que também me desejava) ela cedeu. No primeiro dia um beijo. Depois um carinho mais intimo. Semanas depois Tina já me aceitava em sua cama. Sem culpa, sem medo, nos amávamos.

Eu vivia para ela, dividia a minha vida, os meus livros, a minha literatura, a minha alma.Tenho certeza que ela também, eu via nos seu olhos, nos seus gestos, na sua voz. Éramos perfeitos um para o outro, nos entendíamos muito bem, éramos companheiros, amigos, amantes, irmãos. Tudo em nós dava certo, gostávamos das mesmas coisas, fomos criados juntos. Éramos plenos, como uma coisa tão bonita pode ser proibido? È essa sociedade hipócrita, prenhe de valores que não cumpre, feliz pela barriga que a todo o momento exibe orgulhosa ,permanecendo, todavia, os valores inascentes.

Até um dia em que ela aceitou um convite para ir à igreja. Adventista do Sétimo Dia foi o nome da nossa desgraça. Tina mudou, não foi de repente, foi aos poucos. O nosso sofrimento foi assim, em doses homeopáticas. Cada dia me tiravam um pedacinho. E no final me tiraram a Tina, não sei bem o que aconteceu, não sei se ela contou sobre nós, mas ela começou a me evitar e ir mais a maldita igreja.

Não queria mais me beijar, não me deixava tocar nela direito. Quando agente fazia amor, sentia culpa no seu prazer, vergonha nas suas feições. Ela não se negava para mim, nem me chamava para ir a igreja com ela, fazia pior, me tratava com indiferença. Eu sentia como se não mais fizesse parte da sua vida, e isso para quem ama é o fim. E foi.

Certo dia chego da faculdade, e encontro a Tina, no quarto, quieta, dormindo. Dormia pesado por causa dos remédios, eu já estava acostumado, mas nessa noite ela estava diferente, imóvel, olhos levemente abertos, e uma baba espessa no canto esquerdo da sua boca.

Aproximei-me, chamei-a pela primeira vez, Tina, Tina acorda, não queria acreditar, ela sempre dormia tão pesado. Na minha agonia levei meia hora sacudindo a minha irmã. Não queria chamar ninguém, e em meu desespero nem queria examiná-la direito.Não queria constatar o óbvio. No reflexo, olhei para o lado e vi a sua cartela de comprimidos vazia.....

“Ana Cristina começou a freqüentar a igreja por que quis, não forcei ninguém a nada, a convidei ela aceitou e pronto”. Disse D. Adelaide Anunciação Souza, de 55 anos, obreira da igreja e vizinha da família. “Sempre achei o comportamento desses dois muito estranho. Como eu sou vizinha de “parede” dá para escutar quase tudo que se passava do outro lado”.

O Alto de Coutos é um bairro razoavelmente grande e igualmente desordenado. Casas amontoadas, ruelas escuras, becos estreitos, uma casa em cima da outra. Um típico bairro pobre e mal estruturado. De modo que não dá para esconder nada de ninguém por muito tempo. E D. Adelaide utilizou essa característica como desculpa para explicar como ela sabia tanto sobre o casal de irmãos.

Grande Reportagem

Eros ou Agassi, Amor de Irmãos


3ª Parte

Por Elismar Pinto


D. Adelaide além se ser obreira é dona de casa. Ela é uma criatura falastrona, de olhos grandes e arregalados, sempre usa saias muito compridas e o cabelo amarrado em um rabo de cavalo bem no alto da cabeça, tem estatura mediana, é magra e aqui na Bahia pode ser chamada de morena. Apesar de ser viúva afirma que ainda tem muito sangue na veia. “Ainda tenho esperança de encontrar uma pessoa para tomar conta d
e mim” Afirmou ela esperançosa. Para minha sorte também não se importou em falar sobre o caso.

“Como as pessoas aqui moram muito próximas, são obrigadas a criar uma estratégia para preservar a sua privacidade”, disse ela. “Eu não devia falar isso para você, mas como você também mora aqui....Quando os casais querem ter intimidade, fazer “aquilo” durante o dia, eles ligam o rádio bem alto, para os visinhos não tomarem parte. Eu já sei identificar os sinais. Se durante o dia fechar as portas e ligar o som alto, já vão pecar”.

Segundo ela, Luiz e Ana Cristina não faziam isso, de modo que dava para ouvir tudo. Continuou ela. “Eram uns gemidos estranhos que no começo eu pensei que era ele que estava levando rapariga para dentro de casa. Fiquei estarrecida quando constatei que não. E tratei de direcioná-la para o caminho da salvação. Da primeira vez ela recusou, mas com a minha insistência ela acabou aceitando.

“Sei que Luiz até hoje tem raiva de mim, já entreguei a alma dele a Deus. Pois um pecado como o que eles estavam praticando só mesmo Deus para perdoar. Não sinto nenhuma culpa, sentiria ser tomasse conhecimento do fato e não fizesse nada, estou com o coração limpo e sei que ela tirou a própria vida por causa da sua culpa e não por causa da minha igreja”.

Dona Adelaide ainda mora na mesma casa, continua vizinha de “parede” e assegurou que se pudesse voltar atrás teria feito a mesma coisa, só que dessa vez ficaria mais perto de Cristina.

“Eu gostava muito de Cristina, se naquela época ela me quisesse, hoje eu estaria casado com ela”. Confessou-me o pedreiro Claudio de Araújo Nascimento de 45 anos. (a cada dez homens no Alto de Coutos oito são pedreiros, inclusive o meu pai) Atualmente ele está casado e é pai de três meninos. “Cristina era a menina mais linda que tinha por aqui”. Afirmou Cláudio, “olhos castanhos, cabelo comprido, pele fina e baixinha, bem do jeito que eu gosto. Agente nunca namorou direito, o irmão dela não deixava de jeito nenhum, era a criatura mais ciumenta que eu já vi. Eu achava que era por que ela não tinha pai, ou por que ela era muito nova (Tinha 16 na época), mas depois que ela morreu fiquei sabendo que era por causa do irmão que queria ela para si”.

A coitada tomou uma caixa de remédio inteira. Maior do que o sentimento da sua perda foi o ódio que eu senti do excomungado do Luiz, dormir com a própria irmã?Aquele lá quando morrer vai direto para o inferno”.

O Pastor da Igreja Adventista do Sétimo dia Josevaldo de Jesus Pereira de 62 anos, não quis aprofundar-se no assunto, limitou-se a dizer que soube do caso por meio de um membro da igreja e fez o seu papel de pastor. “Aconselhei, como aconselharia qualquer fiel que viesse me procurar, sabia que ela era órfã de pai e mãe, só tinha o irmão para tomar conta e não podia colocar um contra o outro. O que eu fiz foi com que ela reavaliasse os seus conceitos de bem e mal, de certo e errado”.

Josevaldo além de pastor é professor de música e na época era estudante de filosofia pela Universidade Federal da Bahia. “Eu acredito que foi isso” Afirmou Luiz. “Tina era fascinada por filosofia e certa vez falou-me sobre ele, que era o cara mais inteligente que ela tinha conhecido na vida. Não gostei muito, até então esse posto era meu, de modo que fui obrigado a ir ao culto só para conhecer a figura. Escondido da Tina, lógico! Ele de fato tinha um discurso muito envolvente, tinha o “dom da palavra”, o seu poder de persuasão era muito forte chegou a impressionar-me. Eu acho que foi isso, impressionou a minha irmã também.

Na teoria psicanalítica freudiana, o desejo incestuoso é tão ou mais antigo quanto a humanidade. Ele aparece muitas vezes na mitologia greco-romana. Como quando Zeus deus do trovão se disfarçou de serpente para seduzir a própria filha Perséfone, ele ainda é casado com sua irmã Hera deusa da fidelidade. Assim também Édipo, que assassinou seu pai Laio e coabitou com a própria mãe, Jocasta. Após descobrir que Jocasta era sua mãe, Édipo furou os próprios olhos e Jocasta suicidou-se. Ainda, no Antigo Testamento Abraão era casado com a sua meia-irmã Sara.

Aceita sem restrições nem juízos morais entre as divindades de inúmeras religiões, a união entre parentes de primeiro grau era admitida também entre vários imperadores, considerados os representantes dos deuses na Terra. A exemplo do imperador Romano Calígulas César que durante muito tempo manteve relacionamento incestuoso com sua irmã Drusila. No Brasil o Regente Diogo Antonio Feijó, por exemplo, vivia maritalmente com sua irmã.

Com o passar dos anos, todavia, o incesto foi proibido entre os povos comuns. O assunto permeia a história humana e já mereceu destaque na literatura, no cinema e no teatro.
No cinema o assunto sempre foi tratado com certo entusiasmo, posso citar grandes obras como o polêmico La Luna, longa de Bernardo Bertolucci, que conta o drama de uma famosa cantora lírica Caterina Silveri (Jill Clayburgh) que descobre que o filho (Matthew Barry) está envolvido com drogas, começando aí um inescrupuloso relacionamento incestuoso entre eles.

Destaque também para o brasileiro Amor, Estranho Amor, de Walter Hugo Khouri, estrelado por Vera Fischer e Xuxa Meneghel, drama erótico em que a prostituta Anna (Vera Fischer) tem relações sexuais com seu filho Hugo (Marcelo Ribeiro) de doze anos.

E agora mais do que nunca o tema volta à baila com a história do austríaco Josef Fritz, de 73 anos, que confessou ter mantido em cativeiro, sua filha Elisabeth durante 24 anos. Josef Fritz admitiu que submetia Elisabeth a repetidos abusos sexuais que resultaram no nascimento de sete crianças.

De acordo com a hematologista Daniela Messias do Hospital das Clínicas o efeito genético da consangüinidade nos genes familiares é muito perigoso e aumenta exponencialmente a possibilidade de manifestação de doenças e mutações.” Os genes ruins tem uma probabilidade bem maior se serem transmitidos aos filhos, por estarem presentes nos dois cônjuges. Algumas doenças genéticas por exemplo, que não seriam normalmente transmitidas por serem recessivas, acabam acontecendo. “Existem muitas doenças relacionadas ao assunto de modo que a proibição do incesto está mais alicerçada na proibição biológica do que em um tabu cultural.

“Incesto termo que veio do latim in castus, ou seja não casto, impuro. Incesto é a relação sexual ou marital entre parentes próximos ou alguma forma de restrição sexual dentro de determinada sociedade”.Essa definição pode ser encontrado em qualquer dicionário, todavia, a sua definição é infinitamente mais ampla.

“A proibição do incesto, representada através dos mitos, religiões e códigos é uma regra universal. A proibição do casamento entre parentes próximos pode ter um campo de aplicação variável, de acordo com a definição de parentesco, mas a proibição ou a limitação das relações sexuais está presente em qualquer grupo.

Desta forma, a proibição do incesto situa-se no limiar entre a natureza e a cultura. Entendemos que, por detrás da necessidade de tamanha proibição, só possa existir um desejo universal equivalente”. “Para que, então, o incesto é proibido? Várias teorias têm sido utilizadas para explicar a finalidade desta proibição”. “Estas podem ser divididas em biológicas, sociais e psicológicas”. Esses pensamentos estão contidos nas idéias de Claudio Cohen e Gisele Joana Gobbetti no artigo O Incesto: O Abuso Sexual Intrafamiliar.

Ainda Cohen e Gobbetti, afirmaram que segundo as teorias psicológicas, “a não atuação do incesto permite a diferenciação e a simbolização de funções dentro da família (pai, mãe e irmãos), possibilitando o desenvolvimento do indivíduo e da família. Nesta perspectiva, a proibição do incesto é um fator organizador, demarcando limites”.

Apesar de condenável na nossa cultura, não fica explícito em nossos Códigos. O Código Civil Brasileiro de (1916), limita o casamento entre parentes próximos até terceiro grau, já o Código Penal (1940) considera o grau de parentesco como agravante dos crimes contra os costumes. Não há uma punição grave para os infratores.Seus filhos são considerados legítimos e não perdem nenhum direito. Em alguns países ou jurisdições, entretanto, este tipo de casamento é proibido por lei, como na Alemanha, em que os casais são presos e os filhos lhes são tirados e encaminhados a uma instituição para menores órfãos, lá o incesto é denominado “Coito Ilegal”.