quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Reportagem


Massagem ao ar livre ganha destaque na orla de Salvador


Por Elismar Pinto

Próximo a chegada do verão uma infalível receita de anti-stress ganha destaque na orla de Salvador: Massagem ao ar livre, particularmente a quiropraxia. O serviço é oferecido pelas mãos de massagistas que oferecem os serviços em diversas praias da cidade. Os adeptos ainda contam com um cenário de dar inveja: sol, brisa do mar, céu azul e a sombra dos coqueiros de Salvador.

A Quiropraxia é uma técnica que consiste alinhar ossos, músculos e articulações através de terapias manuais. O método foi criado nos Estados Unidos no fim do século XIX e dedica-se ao diagnóstico, tratamento e prevenção dos problemas do sistema neuro-músculo-esquelético.

A massoterapeuta Hilda Sandra Teles, trabalha na área há 15 anos e afirmou que se especializou na técnica por causa do crescente número de clientes com esse tipo de problema. “É difícil encontrar uma pessoa que não tenha alguma dor muscular ou na coluna, todos têm. É a rotina, o estilo de vida que nos leva a isso”. Além disso ela afirmou que não existe lugar melhor e mais agradável para relaxar. “As pessoas vem para a massagem e depois vão direto para um mergulho”. A Ela afirma que a clientela é assídua e que dá para ganhar um bom dinheiro.

O objetivo de levar às pessoas condições para manter condicionamento físico e boa saúde, levou a polícia Militar a criar um projeto chamado Verão Light que funcionava no Jardim de Alá. Eram disponibilizado sessões de massoterapia, alongamentos, fisioterapia e aulas de educação física. Com o tempo a iniciativa se deslocou para o Jardim dos Namorados. Na época eram poucos os que ofereciam o serviço ao ar livre. Mas com o passar do tempo foi ganhando credibilidade e clientela. E a partir daí, outros massoterapeutas resolveram aderir à déia, e praticar a massagem fora das clínicas.

Todavia, Hilda chamou atenção para os riscos de o cliente ser submetido ao tratamento por “profissionais” que não dominam a técnica. “Todos os movimentos devem ser muito bem calculados e só poderão ser feitos por um especialista”. E acrescentou: “O método examina a coluna vertebral e restaura o seu alinhamento através de procedimentos manuais, que chamamos de “ajustes quiropráticos”. “Estes ajustes geralmente são manipulações rápidas e precisas que “destravam” a coluna e as articulações através de estalos e puxões e uma pessoa despreparada pode até causar um trauma em seu cliente”. Como aconteceu com a auxiliar de enfermagem Nelsonita de Jesus Santos, que foi submetida a uma massagem na praia e segundo ela piorou a sua situação.”Minha coluna doía muito, fiquei mal. É importante conhecer e confiar no profissional.”.

O Jardim de Alá foi o pioneiro nessa idéia, mas com sucesso atualmente outros profissionais estão atuando no Cristo da Barra, e no Dique do Tororó. A massagem de praia tem freqüentadores assíduos, pessoas que não dispensam uma boa sessão de relaxamento. Com a novidade da técnica quiropraxica a prática está ganhando novos adeptos. Como o estudante Itamázio Cavalcante. “Faco a minha massagem na praia porque acho aqui mais agradável. É prático, depois da sessão tomo o meu mergulho matinal e volto para casa renovado ”.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Artigo

O poder popular da Constituição venezuelana

Por Elismar Pinto e Edinaldo Bispo

Pode-se chamar de “O Quinto Poder do Estado” ou Poder Popular, o que conquistarão boa parte dos venezuelanos, se no dia 2 de dezembro optarem pelo “sim” no referendo que decidirá pela reforma constitucional do seu país.
Hugo Chavez acima

É que, um dos artigos que compõem os 69 que serão modificados na constituição venezuelana, visa o estabelecimento de uma transferência de poder, das organizações estatais tradicionais, como governadores e municípios, para instituições comunitárias de base, denominados conselhos populares. Ou seja, independência, descentralização do poder, um grande passo para a democracia do país, anulando o passa-passa de renda, o povo cuidará do seu próprio futuro.

Além disso, e de tantas outras alterações altamente significativas para a população, as mais polêmicas são: “A redução da idade mínima para o voto, de 18 para 16 anos, a ampliação do mandato de seis para sete anos, a possibilidade da reeleição ilimitada do presidente da República e a criação de um sistema de assistência social para os trabalhadores informais”. - Enfim depois de tanto tempo alguém se lembrou deles -. Também o artigo que “prevê a criação de novas formas de propriedade, como a social, sem afetar a privada, uma redistribuição jurisdicional do território e a reeleição contínua do presidente,”.

Os opositores à reforma querem evitar que a medida chegue ao referendo previsto para 2 de dezembro próximo, e contam com a ajuda da maioria dos meios de comunicação do país. Embora a imprensa esteja fazendo o possível para omitir esses dados. De acordo com as pesquisas de 28 de outubro do (IVAD) Instituto Venezuelano de Análise de Dados 92,5% votará pelo sistema socialista de Chávez.

O plano tem como finalidade aprofundar o "modelo socialista”. Todavia, o modelo tem sido alvo de inúmeras críticas e ataques da oposição, que realiza freqüentes atos e marchas contra a reforma. Como ocorreu em 1º de novembro último, que foi marcado por conflitos entre a polícia e os manifestantes em frente ao prédio do Conselho Nacional Eleitoral, em Caracas. O assunto pautado pela constituição gera polêmica na agenda do país, a oposição briga contra o projeto, temperando assim, o cenário com discussões sobre o assunto.

Tudo isso, sem mencionar a pressão negativa dos órgãos de imprensa. Começando pelos média, imaginem vocês, que adentrou em cadeia nacional e atacou de frente o presidente afirmando que ele quer tornar a Venezuela um país comunista. É que, os governistas, a cúpula empresarial e comercial, o episcopado e os media, por parte dos mesmos hipócritas de sempre, tremem de medo pela democracia a cada nova medida de Chávez. A imprensa venezuelana enxovalha a imagem do seu presidente, muito mais, do que a oposição faz aqui ao presidente Lula.

O cenário de agendamento de políticos oposicionistas do governo do presidente venezuelano sabe que, aparentemente a idéia é positiva, no entanto, o problema está aí, não deveria ser Chávez a desenvolver uma política humanitária e sim a oposição. Chega de saber de quem é a idéia! A política, pelo que entendemos, é uma forma de centralizar o poder para que todos os cidadãos e cidadãs tenham uma boa relação social elegendo com sua arma - o voto - um candidato que mais oferece boas propostas às maiorias dos eleitores, e não o contrário. A oposição está preocupada com a terceira reeleição de Chavez, com seus interesses no poder e com uma possível “ditadura” ou permanência ilimitada de mandato.

O que o presidente venezuelano propõe, é um direito à cidadania. E é isso que a elite mais teme. Afinal para quê pobre precisa dominar? Sempre foi assim! Nós, o povo pobre, nem sabe como é ter direitos, imagine poder!? Aí vem um louco presidente querer fazer alterações, e colocar em risco uma tradição milenar - A elite dominadora, centralizadora e ditadora de regras – e isso eles não podem permitir.

Tanto lá como aqui, sempre em nome da liberdade de informação e expressão, a mídia comete excessos. A última foi acusar os “chavistas” de autoritarismo. No fundo, a mesma questão: a cada movimento que a sociedade faz para regular a sua política, por meio de seus representantes, os meios de comunicação interferem e mostram o seu poder de influência. E isso interfere de maneira crucial na vida política do país.

Também é importante destacar o que preconiza o art. 90, “... A jornada de trabalho diurna não excederá de seis horas diárias nem de trinta e seis horas semanais e a noturna não excederá de seis horas diárias nem de trinta e quatro horas semanais. Nenhum patrão poderá obrigar seus trabalhadores, a trabalhar horas ou tempo extraordinário “... Não resta dúvida que a implantação da jornada de 6 horas na Constituição da Venezuela, além de ser um grande passo para combater o desemprego no país, é um avanço histórico dos trabalhadores em todo o mundo e uma conquista para a humanidade. A carga-horária de trabalho reduzido levaria mais rendimento às empresas, afinal um trabalhador descansado produz mais e melhor. Também teria condições favoráveis para o trabalhador estudar ou se qualificar.

Hugo Rafael Chávez Frías, 44 anos, é coronel reformado e líder do impotente golpe de 1992 contra Pérez. Ganhou as eleições presidenciais de 1998, com 56% dos votos válidos, e venceu Henrique Salas Romer. Chávez prometeu reescrever a Constituição, modificar leis, moralizar a administração pública e promover a redistribuição da renda no país. Acreditando nas propostas do presidente aprovaram as propostas do então presidente com 92% de votos. E foi acreditando em seus ideais políticos que mais uma os venezuelanos apoiarão o seu presidente. E votarão o sim pela democracia. Desde a primeira guerra mundial a Venezuela tem sido palco de inúmeras crises econômicas inquietações sociais e alterações de governo. No entanto, a sua população acredita em uma reforma humanitária em que possibilite igualdade para minorias e condições melhores para todos. E aí Brasil! Quando será a nossa vez!